Hoje o dia não foi muito agradável, mas não deixar de passar aqui uma boa dica para reflexões internas. Escancare é um site que no momento cobre o musical Despertar da primavera mas trata de temas importantes para todos. Desde abuso sexual até suicídio e depressão, o site promove um debate de assuntos tabus para serem discutidos em público. Informe-se, reflita e ESCANCARE!
Segue um trecho de entrevista com ator Carlos Gregório falando sobre a peça. Acesse o site e veja mais.
Ontem quando você era jovem tudo que você precisava fazer era feito para você. Agora você faz tudo sozinho. Sozinho. Qual o sentido da vida se não é compartilhada? Somo todos criaturas indefesas dependentes uns dos outros. Nas subidas e descidas ao longo do percurso incerto não é preferível que seja assim?
A natureza humana não se satisfaz sozinha. É necessário que haja interação, mesmo que essa seja uma moeda de duas caras, como tudo na vida. Se na há risco não há ganho. Você não é o único que sofre que tem dúvidas. Não é o único com sonhos e desejos. Compartilhar isso com outros não constrói um senso mais forte de individualidade?
Sejamos mais iguais a crianças. Sejamos inocentes o suficiente para confiar e desfrutar da companhia de alguém. Pessoas precisam de pessoas. A vida é cruel, mas você não está sozinho. Olhe pro lado.
Como tomar decisões frente os acontecimentos da vida? Entramos nesse mundo chorando e berrando e geralmente vamos embora também assim. Como algo tão fugaz comparado ao tamanho do universo pode representar tanto e nada ao mesmo tempo? Em um mundo tão regrado pela sociedade, como pautar a vida? Não existem manuais nem instruções. São acontecimentos aleatórios um atrás do outro. Acontecimentos estes que só têm significado para outra pessoa. Algo tão singular e pessoal como a vida só tem significado com outras pessoas. Essas mesmas que nos alegram, nos entristecem, machucam e agradam, afinal de contas o inferno são os outros. Segundo Epicuro, o ser humano só será feliz se conseguir desenvolver três importantes elementos: amigos, liberdade e uma vida analisada. Quem souber valorizar cada um destes aspectos encontrará a verdadeira felicidade. A vida só é digna se tivermos o direito de escolher se queremos ou não continuar a vivê-la, temos que ter a liberdade e o discernimento para decidir, ou seremos prisioneiros que não merecem viver. Esperando a morte chegar ou dotando a vida de sentido, seguimos existindo nesse pálido ponto azul que chamamos de lar.
Em um dia quente, uma música para apaziguar corpo e alma. Queria que chovesse. Pois se chovesse eu contaria os pingos da chuva e então saberia quem sou.
Para uns, a juventude é o instante no qual a vida se reveste de poesia e liberdade. Para outros, uma viagem insólita rumo ao desconhecido. É o momento das descobertas, das epifanias, da explosão dos conflitos. Não por acaso, é eterna fonte de inspiração de poetas e escritores. Em 1891, o dramaturgo alemão Frank Wedekind escreveu ‘O Despertar da Primavera’, peça que descortinava o universo de um grupo de adolescentes e tocava em temas como o florescer da sexualidade, o incesto, suicídio e a opressão seja na família, no sistema educacional ou na igreja.
No Rio de Janeiro do século XXI, chega uma adaptação da Broadway da versão musical da peça. História envolvente com temas escabrosos para sociedade (passada e atual) coberta com tons açucarados de música pop sobre o amor e angústia de viver. Uma boa dica de final de semana, ou qualquer dia, para aqueles que querem se divertir e ao mesmo tempo refletir sobre alguns aspectos da vida quase sempre deixados de lado. Enjoy...
Chega um novo ano e com ele novas expectativas e promessas de uma vida melhor. Daqui pra frente tudo irá mudar, ser diferente. É como estar dormindo e não querer levantar. Um sonho. O segundo em que botamos o pé no chão, a força esmagadora da gravidade vem para nos sufocar e nos botar no devido lugar, no deserto do real. Então acordamos e nos damos conta que a vida continua a mesma. Ainda estamos aqui, esperando por um dia melhor.
Uma amiga me contou hoje que sua tia teve um surto psicótico e foi parar na ala psiquiátrica de um hospital. Ela foi visitá-la e voltou muito transtornada pelo que presenciou. Isso me fez ver a fragilidade da vida humana. Como algo pode alterar tudo em instantes. A vida nunca é o que se espera.
Mas não são justamente isso que nos faz crescer, as mudanças? Porque somos tão resistentes às mudanças? Será que é por medo de perder o seguro? Mesmo sabendo que isso não existe, agarramos a detalhes e coisas que nos trazem um senso de aconchego.
Uma hora estamos tristes e outras alegres. A rapidez e o momento desta mudança me assustam. A felicidade, ou o fantasma dela, te dá uma perspectiva otimista da vida, mas é quando você perde isso que se nota a importância daquilo que agora já não é mais. Por isso tenho vontade de dizer e fazer tudo o que realmente sinto apesar de ser constante lembrado de que tenho obrigações a cumprir, uma vida a viver. “Um futuro brilhante te espera, anime-se companheiro!”.
No desespero, no final, a moral e a ética escorrem pelo ralo e só importa o momento. Agimos simplesmente tentando controlar as bestas selvagens que realmente somos. A vida passa. Chega um novo ano e com ele novas expectativas e promessas de uma vida melhor. Daqui pra frente tudo irá mudar Mas aí o tempo passa e sabedoria de saber viver nos chega quando já não serve para nada.
Dados divulgados recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.
Independente da época, sempre os maiores problemas humanos são os de sua própria cabeça. Uma prisão mental que opera em velocidade diferente da realidade idealiza e distorce o mundo de tal forma que é preferível viver no mundo pessoal onde é seguro do que encarar a vida como ela é, suja na totalidade das vezes.
Com o desenvolvimento das sociedades, sua hierarquização social e o modelo econômico utilizado os valores éticos distorcem-se e levam pessoas a desejarem e consumirem algo que não são e nem podem ser. As parcelas populacionais escolhidas a ser a turba ignara seguem trabalhando onde não querem, convivendo com quem não suportam, sempre projetando e sonhando com uma vida melhor que nunca chega. Arquétipos de vida construídos com prazeres momentâneos, simulacros de felicidade que funcionam como paliativos para aplacar a insaciabilidade de vontades criadas artificialmente.
De acordo com a reportagem, atualmente mais de 450 milhões de pessoas são afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento. Segundo os médicos, os custos da depressão serão sentidos de maneira mais aguda nestes países, já que eles registram mais casos da doença e têm menos recursos para tratar de transtornos mentais. Impressionante como o disparate econômico afeta inclusive neste tipo de coisa. O trabalhador pobre coitado que levanta cedo e se espremem em caixas móveis feitas de metal, suor e descontentamento, que tem a obrigação de ser o provedor da família, esse trabalhador que tenta respirar no meio dos sufocos do calor infernal dos conjuntos habitacionais e das contas mensais pagas à prestação são os que sofrem as dores mais fortes.
Incrível que apesar disso, este mesmo trabalhador é o que mais acredita em um suposto ser superior. Quanto mais pobre, maior a necessidade de depositar suas vontades, problemas e esperanças em algo desconhecido e impalpável. Usam da fé como forma escapatória da opressão sentida diariamente. Clamam por um alguém sobrenatural que possa tirá-los do limbo em que se encontram. Para os ateus, a "ironia" é a de que não importa o quanto o indivíduo se esforce, ele sempre vai se deteriorar e morrer. Mas quem são eles para julgar? O mundo já está cheio de críticos que só fala dos outros, seja pela TV, jornal ou por um blog.